PERGUNTA A ...
 
 
 
     
Assunção Esteves
   
Dery Cabral
Nesta altura em que se vive a grande crise económica e de valores, acarretando uma necessidade de revertermos as nossas exigências e prioridades e a forma de fazer política, com actuações de conflitos entre as necessidades políticas e os valores constitucionais, podemos estar a caminhar para uma nova crise, a do constitucionalismo?
Vivemos um tempo de mudança a pedir novos paradigmas da política. Os problemas globais, a revolução tecnológica, os movimentos demográficos, a comunicação em tempo real deram-nos uma espécie de estatuto de cidadãos do mundo. Obrigaram a novas formas de relação entre os Estados, à reformulação dos esquemas de responsabilidade colectiva. O mundo aberto traz-nos uma percepção do lugar do outro e nesse sentido abre caminho para algo "mais humano". O grande espaço público da nova ordem universal é uma instância crítica de vigilância pelos valores do constitucionalismo. Mas a garantia desses valores está em cada um de nós, dentro e fora das instituições, está em sabermos assumir a nossa quota parte de autores do mundo. O exercício verdadeiro da política virtuosa é mesmo esse.
Bruno Reynaud de Sousa
Que perspectivas para os contactos inter-parlamentares entre a Assembleia da República Portuguesa e os parlamentos dos outros Estados-membros da CPLP?
A colaboração entre Parlamentos é a mais eloquente forma de colaboração entre povos, a nível de representação institucional. A natureza livre dos Parlamentos permite um diálogo aberto entre eles - mais livre do que o dos Governos e menos contaminado pela chamada "realpolitik".
A AR quer exercer uma diplomacia parlamentar de direitos humanos, com lugar privilegiado na CPLP. Defender e impulsionar uma cultura de direitos humanos nesses países e nas organizações regionais a que pertencem. Apoiar as novas democracias emergentes. Em todos os espaços. No Outono teremos um grande debate sobre as democracias árabes na AR. A diplomacia parlamentar é por todos os grupos parlamentares tida como fundamental. Acabou o tempo dos Parlamentos isolados, sem cruzada sobre o mundo.
André Cavadinha
Que situação mais relevante durante o exercício do seu mandato enquanto representante interina do Presidente da República gostaria de destacar?
André Filipe Morais
Exma. Sra. Dra. Assunção Esteves,



Numa altura em que tantos "obstáculos constitucionais" são levantados ao modelo proposto de concessão da RTP a uma empresa privada, qual é a sua opinião sobre esta matéria?
Cátia Vanessa Tavares
Excelentíssima Doutora Assunção Esteves, qual o conselho que daria às jovens mulheres que dão agora os primeiros passos no mundo da política?
Eduardo de Bragança
Confia que os parlamentos nacionais farão uso dos mecanismos de controlo da subsidiariedade por forma a que esse instrumento seja visto pelos cidadãos como representação de uma reforçada legitimidade no processo de construção europeia?
Filipa Rui Caetano
Qual é, na sua opinião, o tipo de formação e experiência que actualmente os jovens devem escolher para no futuro desempenharem cargos políticos (nomeadamente deputados ou assessores)?
Gilberto Gomes
Exma. Dr.ª Assunção Esteves muitas pessoas pensam que a Presidente da Assembleia da Republica se limita a moderar debates, será que, de uma forma sucinta, pode explicar as suas funções como Presidente da Assembleia da Republica?
Inês Madeira Santos
Dra Assunção Esteves,

Concorda que nós, mulheres, somos (geralmente) mais respeitadas e merecedoras de confiança quando ocupamos cargos políticos e que a solução para a actual falta de credibilidade na política pode estar nas nossas mãos?
Isidoro Gomes
Numa altura em que os cidadãos desconfiam e acreditam cada vez menos nas classes políticas dirigentes, que papel poderá desempenhar esta nova geração de jovens no sentido de se inverter a tendência e consequentemente devolver a política a sua nobreza?
Ivo Ribeiro
Exma Dra. Assunção Esteves.



Após muito pouco tempo, verifica-se que existiram bastantes irregularidades no Governo anterior gerido pelo Partido Socialista.

A geração Jovem irá ter que "pagar" toda a gestão danosa que foi realizada, bem como todo o descredito que paira na politica Portuguesa. Deparamo-nos com um grande afastamento e desinteresse dos Jovens quer da politica quer até do seu dever de voto.

Acha que deveria ser tomada alguma posição para que existam correctivas aos responsavéis pelos "grandes" erros cometidos?

Ou como recuperar a crença politica dos jovens e menos jovens Portugueses?
João Alcobia
Dr Assunção Esteves qual a sua opinião sobre a realização de "alguns remendos" à nossa Constituição de 1976? Não deveríamos ser mais ambiciosos é pensar numa profunda reformulação da Constituição, excluindo o mais possível a intervenção do Estado na economia?
João Diogo Ferreira
Com o desenrolar deste ciclo político, temos assistido a um descartar de responsabilidades de alguns partidos, nomeademente mais do quadrante de esquerda. Qual acha que deverá ser a posição destes partidos nesta fase que atravessamos, contribuindo para solucionar os problemas com que nos deparamos não esquecendo os seus ideais?
João Estrela
Tendo em conta a crise não só económica, mas também social, em que se encontra Portugal, não considera que a nossa Constituição actual se posiciona em certos momentos como um próprio entrave à busca de soluções? Isto é, na sua opinião, não como Presidente da Assembleia da República, mas sim como ex-Juíza Conselheira do Tribunal Constitucional, não estará na altura de rever a Constituição de modo a torná-la mais "acessível" aos desafios que temos e que ainda virão?
João Sousa
Como mulher como vê a lei da paridadade? Uma necessidade, uma conquista ou um caminho a percorrer?
José Miguel Simões
De que forma a Sra. Presidente da Assembleia da República pode através do seu papel institucional e político transmitir alguma esperança aos portugueses quando estes vivem num repleto oásis de descrédito no seu e nosso futuro?
Luis Teixeira
Numa sociedade ainda patriarcal, ninguém tem dúvidas que a Lei da Paridade contribuiu para o aumento do número de mulheres na política. Contundo é impossível garantir que se mantenham. Será que a política ficou, de facto, mais igual?
Marco Barbosa
Em tempos de crise e de intervenção externa qual é o principal desafio ao presidir à Assembleia da República?
Marco Ribeiro Narciso
A formação base e actividade profissional em Direito e Ciências Políticas tem vindo nos últimos tempos a tornar-se o backgroud preponderante nos Deputados da Assembleia da República, o que tem vindo a ser referido como causa promotora do chamado "afastamento" do poder legislativo com a realidade portuguesa.

Como interpreta esta tendência e concorda com estas alegações?
Maria Teresa Azoia
Concorda que o exercício de cargos políticos pelas mulheres esteja sujeito ao príncipio das quotas?
Mariana Falcão
Se fosse possivel o que mudava na Assembleia da República?
Miguel Santos Pereira
Como refrear/controlar a influência exercida pelos lóbis nas tomadas de decisão política, quer a nível nacional, quer a nível internacional?
Nuno Montalvão
Dada a imagem algo pejorativa que, infelizmente, nos dias de hoje o “político” tem junto da opinião pública, gostaria de saber que medidas considera que deveriam implementar as máquinas partidárias de modo a potenciar a sua credibilidade e atrair mais pessoas para questões relativas à participação cívica e partidária.
Patrícia Pimenta
Actualmente, o tempo social está em conflito com o tempo político. Deve-se isto ao facto dos governantes estarem com menos "olhos" para as pessoas? Deve o tempo político sobrepor-se a um tempo civil e social?
Pedro Miguel Carvalho
Exma Sra. Dra. Assunção Esteves,



Quais as dificuldades que sentiu, junto dos funcionários da AR?
Rafael Dias Almeida
Soube que na passada edição da UV afirmou que somos um partido de "centro-esquerda". Considera que os jovens de ideologia centro-direita ou assumidamente liberal, se enquadram no espectro ideológico do partido de Sá Carneiro?
Rebeca Peres Lopes
Como primeira Juíza Conselheira do Tribunal Constitucional de Portugal, concorda que a Constituição está de, certa forma, "fechada" e, consequentemente, a precisar de uma urgente revisão constitucional, no que respeita às escolhas relativas à saúde e educação a que todos os portugueses, pagando os seus impostos, têm direito?!
Ricardina Bessa
Actualmente verifica-se um grande afastamento dos cidadãos da vida politica. Quais os mecanismo de participação que poderiam ser implementados para voltar a trazer os cidadãos?
Ricardo Bessa Marques
Hoje em dia existe uma elevada descrença nos políticos em geral. Não é fácil ser um jovem motivado para a causa politica nos dias que correm, sendo mesmo rotulados por isso. Levando a um afastamento dos jovens da politica. Que palavra de motivação tem a dar aos jovens que ainda abraçam a causa politica?
Sílvia Santos
Como primeira mulher a ocupar o cargo de Presidente da Assembléia da República, e sendo o mundo político ainda maioritariamente masculino, sente no seu quotidiano que ainda existem homens com medo que o valor, a frieza e a responsabilidade na tomada de decisões que as mulheres começam agora a evidenciar, lhes possa "fazer sombra" ?