PERGUNTA A ...
 
 
 
     
Duarte Marques
   
Eduardo de Bragança
Não seria interessante colocar a experiência das juventudes partidárias europeias em conjunto, por forma a criar nas escolas uma disciplina de integração à União Europeia, quiçá dessa forma contribuindo decisivamente para o desenvolvimento de um demos europeu?
Tens toda a razão e isso já é uma posição do YEPP, mas que ainda não obteve sucesso em Portugal. Ficarei contente se aumentarem os conceitos sobre a UE nas várias disciplinas já existentes, mas sobretudo nos cursos de ensino superior. Nos vários sectores, a presença da UE é cada vez maior, sendo o conhecimento da UE uma ferramenta cada mais indispensável na formação de quadros.
Ricardo Bessa Marques
Caro companheiro, depois de ouvirmos esta excelente formação "Falar, Claro", qual é a tua apreciação sobre a diferença, se existe, entre os jovens de hoje e os jovens de ontem?
Ricardo, as diferenças são enormes e bastante difíceis de analisar aqui. Os jovens de hoje enfrentam dificuldades bastante diferentes das gerações anteriores, têm também formações e ferramentas muito diferentes ao seu dispor. Esta geração é mais formada mas nem sempre mais qualificada de facto, porque penso que apesar de ter mais graus de formação penso que em muitas áreas o nível de aquisição de competências básicas é inferior. Por outro lado penso que esta geração atingiu um nível de especialização super avançado quando comparado com o passado, em áreas de tecnologia de ponta que há uns anos era impensável. Penso que a nossa geração tem menos espírito de sacrifício pois teve mais fácil acesso a muita coisa. Repara que hoje seria impensável que um estudante caminhasse 10 km por dia para ir à escola. As grandes diferenças resultam claro da grande evolução da nossa qualidade de vida, o que levou a darmos hoje valor a coisas muito diferentes, pois o nosso nível de exigência vai aumentando à medida que ultrapassamos novas barreiras. Esta pergunta é mesmo complicada de responder, confesso. Vou pensando nisso e ainda regresso aqui para completar a minha resposta.
Rebeca Peres Lopes
Os jovens da actualidade mostram um constante e frequente desinteresse em relação à política nacional. Como representantes de uma Juventude Partidária, que todos nós, militantes da Juventude Social Democrata somos, qual é, objectivamente, a melhor forma de os incentivar a uma maior participação na vida política em Portugal?!
Rebeca, a melhor forma de o fazermos é demonstrar-lhes a necessidade e as vantagens para a nossa geração que advém da nossa maior participação. Importa também mostrar que a ausência de participação dos portugueses desresponsabiliza quem nos Governa e sobretudo prejudica a sua fiscalização. Se nós não participarmos activamente estamos também a deixar que os outros decidam por nós, e muitas vezes mal. É preciso demonstrar que podemos fazer a diferença se acrescentarmos as nossas ideias ao debate político nacional. Já por diversas a JSD conseguiu alterar decisões e propor soluções inovadoras para o país e para a vida dos jovens. Através das redes sociais hoje é mais fácil fazer ouvir a nossa voz e é muito fácil fazer chegar a nossa opinião a quem decide. É tempo dos jovens assumirem a sua responsabilidade no futuro do país, levantarem-se do sofá da sala e ir construir o seu próprio futuro!
João Gabriel Martins
Que conselhos daria ao seu futuro sucessor e que qualidades gostaria que ele tivesse ? Estará preocupado com a sua sucessão ou denota que há jovens da JSD extremamentes preparados para esse futuro desafio a quando cessar funções?
Pergunta difícil João! Não estou nada preocupado com a minha sucessão porque há muitos quadros na JSD com qualidade para liderarem esta grande estrutura. Quanto às qualidades que deve ter, apenas desejo que seja competente, porque os estilos e as características podem ser bem diferentes. Pode-se ser competente na liderança da JSD com ideias bem diferentes, registos e estilo. Pode-se ser competente com bandeiras muito diferentes. Mas não se pode ser competente se não se defender os jovens, se não formos a voz dos jovens junto do partido e se colocarmos em causa a defesa dos jovens por interesse do PSD.
Maria Teresa Azoia
Achas que as políticas específicas de juventude são o caminho para a resolução dos problemas dos jovens? Não estaremos a promover uma espécie de "dormência" durante o tempo em que sendo já adultos, não somos ainda "suficientemente adultos" por sermos jovens, e por isso, condicionados?
Percebo bem a tua pergunta, curiosamente ainda ontem estive a pensar sobre esse assunto. Há esse perigo claro, mas acredito que não. Repara que as gerações mais jovens têm dificuldades mais agravadas que as restantes faixas etárias em algumas áreas, como o emprego e a habitação. Isso resulta muitas vezes da idade, da experiência ou da evolução normal da vida como a acumulação de recursos para adquirir, arrendar uma casa. Consequências naturais da juventude. É por isso que são necessárias políticas de discriminação positiva para ajudar os mais jovens a ultrapassar estas dificuldades. Por outro lado já considero mais ridículo considerar-se jovem agricultor alguém com 40 anos...
Pedro Sousa
Duarte, com o inicio do novo ano politico muitos irão ser os jovens a ser chamados de uma forma mais ou menos activa a participar nos desafios autárquicos. Entre ideias, projectos, campanhas e até mesmo lugares de destaque, a JSD tem historicamente sido um importante apoio às estruturas locais. Quais as expectativas que tens enquanto presidente da estrutura para as autárquicas? Adicionalmente, qual é na tua opinião o contributo que a UV2012 deu na preparação e formação dos futuros jovens quadros autárquicos?
Pedro, quanto à tua segunda pergunta ainda é cedo para responder, mas acredito que teremos 97 potenciais autarcas de grande qualidade, relembrando que já recentemente organizámos uma Universidade do Poder Local e muito em breve teremos outra. Acredito que estas eleições, apesar das dificuldades que enfrentaremos, resultará numa elevada mudança geracional dos nossos autarcas, onde os mais jovens assumirão elevadas responsabilidades. Sei que estarão preparados e finalmente esta geração assumirá a construção do seu próprio futuro.
Patrícia Pimenta
Se tivesse que, numa palavra, motivar os jovens a enfrentar com optimismo a actual crise económica que Portugal atravessa, qual seria essa palavra? E quais as razões que fundamentam a sua escolha?
Patrícia, esta é a pergunta mais difícil! Ontem pensei várias vezes na palavra a escolher, mas não é fácil sem cair no tradicional "trabalho" "acreditem""sonho""sacrifício". Mas talvez a melhor seja mesmo "Felicidade". Porquê? para procurarem ser felizes, com emprego, solidariedade, trabalho, sucesso, amigos, credibilidade, espírito de sacrifício, orgulho em nós e nosso país. Resposta estranha não é? Mas acho que é mesmo isso que devemos procurar!
Francisco Sousa Vieira
Considera que um líder da JSD do século XXI tem maior responsabilidade na defesa dos interesses dos jovens portugueses do que, por exemplo, no seu baptismo com António Rebelo de Sousa?
Obrigado pela tua pergunta. Penso que maior não será, mas será uma responsabilidade bem diferente. Também no seu tempo os jovens viviam um período muito complicado, sendo dos mais prejudicados pelo estado do país. Hoje a assimetria da situação é ainda mais desfavorável para os jovens o que exige grande responsabilidade. No entanto, temos hoje um estrutura mais madura, com mais meios e com um passado que nos ajuda hoje a ter mais sucesso. A responsabilidade é sempre a mesma se olharmos para as nossas missões com o mesmo respeito, e com a mesma entrega, seja qual for o nosso desafio.
Inês Madeira Santos
Olá, Duarte!
Tendo em conta que muitas vezes partilhamos da mesma opinião relativamente a questões sobre a educação e o ensino, e sabendo que este governo tem a ambição de dar ao professor alguma autoridade que lhe tem vindo a ser retirada, qual achas que será o futuro das salas de aula com o aumento do número de alunos por turma para 30?
Já agora, e uma vez que o teu cargo como presidente da CPN terminará dentro de alguns meses, aproveito para perguntar o que destacas destes dois últimos anos e quais os planos para o futuro.



Beijinhos!
Obrigado Inês pela tua pergunta.
Sinceramente este é das matérias em que discordo claramente da opção do nosso Ministro da Educação, pois não acredito que exista alguma vantagem pelo aumento de alunos por turma. Visitei dezenas de escolas ao longo do último ano e a sensação que tenho é precisamente a inversa, a necessidade de reduzir o número de alunos por turma. O reforço da autoridade dos professores pode ajudar a atenuar essa questão. Quanto à segunda questão, as respostas são mais difíceis e ainda é cedo para balanços. De qualquer modo penso que como principais bandeiras ficam a luta por medidas especificas para o desemprego jovem, o reforço da responsabilização criminal dos políticos, o reforço da qualidade na nossa educação e um combate sem tréguas pela desoneração da dívida das novas gerações. Quanto ao futuro..o futuro o dirá!
Nuno Montalvão
Na sua opinião qual é o setor do Estado que necessita de uma reestruturação mais urgente? Gostaria, da mesma forma, que indicasse duas linhas orientadoras que norteassem tal reestruturação.
O principal para mim é a Justiça. Precisamos de uma justiça mais eficaz, mais simples e com mais gente empenhada e responsável envolvida na sua gestão. Os principais problemas do país estão ligados à falta de eficácia da nossa justiça. Por outro lado, considero fundamental uma reorganização urgente na rede de ensino superior, pois nós não temos bem uma rede, temos mais um emaranhado que uma rede, feita em função da comodidade dos professores e não em função do interesse e necessidade dos alunos, bem como do mercado de trabalho. No Ensino Superior é necessário ter em conta o mercado de trabalho, os skills necessários e as oportunidades que ele dá ou não dá. Se não for assim, estamos a enganar pais e filhos.
Selma Sequeira
Caro companheiro.

Enquanto secretária geral da JSD do concelho de Santa Marta de Penaguião, um conselho nas mãos do Partido há quase 30 anos, torna-se muitas vezes difícil tomar uma posição segura, concreta, continuada e desinibida. Os habitantes deste concelho do interior, do distrito de Vila Real, é um distrito com medo. Sem querer correr o risco de me estar a enganar, creio que muitos dos penaguienses têm um medo constante de se assumirem enquanto simpatizantes do PSD. Sinto que muitas vezes há uma centralização ao nível de apoio político no litoral, centro e sul. Sinto ainda que muita da população seria capaz de dar a cara mais facilmente se se sentisse seguro por algum político mais conhecido ao nível nacional. A minha questão passa então pelo seguinte: Se for necessário, na campanha para as eleições autárquicas, ter um apoio de algum Deputado, por exemplo, acha que seria possivel contar com o vosso apoio? Para além disso, poderíamos contar consigo para apoio da JSD da concelhia de Santa Marta de Penaguião? Este assunto, no contexto em questão, é, de facto, muito relevante.

Muito obrigada!
Claro que sim Selma! Conta com a nossa ajuda e com a nossa "protecção" sempre que precisares. Já me tinham dito que havia uma nova geração em SM de Penaguião que estava com muita vontade de animar a JSD local e o próprio PSD. Não tenhas medo, pois já vivemos em democracia há uns bons anos apesar de alguns dinossauros da nossa praça ainda não se terem apercebido. Aguardo o convite e fico disponível para ajudar e levar alguém mais conhecido publicamente que possa ajudar.
Rafael Gaspar
De tudo o que se ouve falar: crise, desemprego jovem elevado, abandono das universidades devido ao aumento das propinas, entre outros inúmeros factores, qual a sua visão e perspectiva para o futuro dos jovens? Emigrar, será a solução como muitos já o pensam?
Caro Rafael, esta questão da emigração tem permitido fazer muita demagogia. Sinceramente preferiria que nenhum jovem português tivesse que emigrar por necessidade ou último recurso, mas penso que isso é preferível que ficar cá desempregado, sem ganhar experiência ou sem oportunidade de estudar. Emigrando não estamos a perder os nossos jovens quadros, pois o país deve encontrar soluções para inverter este ciclo e ser atractivo de novo aos seus jovens. As propinas não aumentaram mais que o valor da inflação, ainda por cima no ano passado apenas 27 estudantes recorreram ao fundo de emergência. O Estado tem meios para apoiar todos os jovens que queiram estudar, mas por vezes os próprias e a escolas não procuram todas as soluções possíveis prejudicando os estudantes, a parte mais fraca. Em jeito de comentário final, posso dizer que na minha opinião, apesar deste cenário de desgraça actual, serão os jovens que irão tirar o país desta crise sem precedentes.
Rafael Dias Almeida
Qual deve ser a postura dos jovens, militantes das juventudes partidárias, perante as criticas e insinuações da sociedade civil que clama que estes "não passam de carreiristas, corjistas e tachistas"?
Caro Rafael, caso esses jovens não sejam assim, a sua postura só pode ser uma: mostrar pelo trabalho e pelo exemplo que são diferentes;
Miguel Barroso Rainha
Como todos os dias ouvimos, a actual geração de jovens é sem dúvida a geração com maior nível de formação. Cada um de nós deve dedicar-se a causas que acredita. Nós como queremos trabalhar para uma sociedade melhor, decidimos dedicar os nossos esforços á causa pública. Como Presidente da JSD, qual deve ser a posição que achas que devemos tomar de forma a mostrar a nobreza da actividade política. Já Claude Helvetius dizia: "A arte do político é fazer que seja do interesse de cada um ser virtuoso.".
Caro Miguel, é preciso distinguir a classe política da arte política. Tu és um daqueles que eu acredito olhar para a política como um acto de serviço à causa pública, mas infelizmente nem todos são assim. O exemplo que tentamos dar todos os dias é o melhor contributo para melhorar o respeito pela política, mas o programa Sub18 que tu tão bem conheces é uma das ferramentas mais importantes que temos à nossa disposição.
Marco Barbosa
Qual é a principal motivação ao ser o porta-voz de uma Juventude Partidária que tem um grande historial de intervenção?
Caro Marco,

A principal motivação é sentir que neste lugar temos a oportunidade de resolver os problemas dos jovens portugueses. E o mais gratificante é ir conseguindo resolver muitos deles.
João Miguel Silva
Caro presidente e deputado da JSD, na passada semana falava-se na comunicação social a respeito da opinião de alguns economistas que defendem que temos de reduzir os salários em Portugal 10% para que possamos voltar a ser competitivos. Acha que poderá ser essa a solução para voltarmos aos mercados? Qual será então a melhor solução?
Caro João, essa estratégia não resulta e nem podia ser defendida por nós. No entanto, devemos estar preparados para que, pontualmente, isso possa acontecer de forma esporádica na empresa A ou B ou no sector X ou Y como medida drástica para salvar a empresa ou sector. Mais vale baixar esses salários que fechar essas empresas e lançar milhares de pessoas para o desemprego. Agora isso só pode acontecer em caso de necessidade e de forma muito pontual, mas nunca como a estratégia de qualquer Governo. Nós devemos é ter uma economia competitiva pela nossa inovação e capacidade de acrescentar valor, por preços de mão-de-obra baixos nunca iremos fazer crescer a nossa economia porque além de injusto, há países que teriam salários muito mais baixos. Esse não é o caminho!
João Alcobia
Bem sei que a ideologia actualmente influencia as decisões tomadas. No entanto muitas vezes milhões de pessoas são "condenadas" à pobreza por "preconceitos ideológicos" como foi por exemplo o caso da URSS. Perante isto como disse Freitas do Amaral nas presidenciais de 1986 não deveríamos "esquecer" a ideologia, pois é uma coisa do passado e encontrarmos juntos uma solução o mais consensual possível e séria para os nossos problemas? Isto é, sem populismos.

Caro João,
Eu tenho por hábito dizer que é tempo de esquecermos um pouco as ideologias e dedicarmos mais atenção às boas ideias e soluções. As boas ideias não têm dono nem partido, são de todos e devem estar ao serviço de todos. No entanto, a ideologia é fundamental como linha de acção coerente de um partido. É um pouco o "cimento" que une as ideias e ideais de um partido político, traçando uma linha de conduta e de pensamento que dá coerência a uma determinada visão que desejamos para a sociedade. Muitos vezes somos incoerentes para com a nossa ideologia quando defendemos determinada solução para um problema, mas o mais importante é resolver o problema e criar uma melhor solução para a sociedade em que está inserido. O nosso programa ideológico é um refúgio onde devemos voltar sempre que queremos reflectir mais profundamente sobre determinada abordagem.
João Diogo Ferreira
Duarte, qual achas que deve ser o dicurso que devemos levar da UV2012 como jovens ativos no civismo e quais os ensinamentos que devemos transmitir aos nossos congéres de faixa etária sobre a esperança que a JSD tem nesta geração para que não se cometam erros do passado?
Caro João,
Eu espero que leves todos os que aprendeste ao longo destes dias, não só os das aulas, mas sobretudo um conjunto de valores como a ética, o trabalho em equipa, o espírito de sacrifício, o rigor e o empenho. Ao longo desta semana há um conceito que é transversal a todas as matérias: o desenvolvimento sustentável. É este precisamente o valor que devemos ter sempre em mente para não colocar em causa as gerações futuras. A JSD acredita que estas gerações mais jovens, algumas estão já no poder, aprenderam com os recentes erros do passado e que colocaram tanto em causa o futuro. Acredito mesmo que isso nos tenha servido de lição e que não voltaremos a cair no mesmo erro.
João Estrela
Caro Duarte,



Como vês o futuro das Juventudes Partidárias em Portugal? Achas que ainda temos mais espaço para crescer?
Caro João,
Crescer nem é o mais importante. Têm é que procurar fazer bem o seu trabalho e justificar a sua existência. Por respeitarem uma determinada faixa etária de militância, vivem em constante renovação, pelo que a sua primeira missão "quanto à dimensão" é pelo menos ir promovendo a normal regeneração, pois aos 30 todos saem. O seu espaço actual tende a crescer na sequência das, cada vez maiores, dificuldades que a nossa geração enfrenta. Ou seja, se tiverem qualidade e derem resposta aos jovens, têm todo o espaço para crescer, infelizmente.
Ivo Ribeiro
Será que o sistema educativo não deveria ter algumas alterações quanto a adaptação das novas realidades, como por exemplo apostar numa lingua (Mandarim) que quer queiramos quer não é uma lingua que será utilizada com alguma regularidade pelos Jovens numa oportunidade de Futuro mesmo num contexto de emigração (o qual não me incomoda nada a emigração ao contrário de muitos, uma vez que se irá á procura de novos "mundos", oportunidades e tecnologias)?



Será que não se deveria apostar num ensino de formação pofissional qualificado, como por exemplo (tecnicos qualificados em diversas areas, electrónica, electricidade, canalizações, gás etc...), ou seja incutir nos jovens através de cursos tecnicos profissionais qualificados, o que se denota alguma carência e não continuar a formar engenheiros, doutores, etc..., que não encontram mercado de trabalho, uma vez "saturado" (por excessso) pelo menos no nosso País?
Caro Ivo, concordo com a necessidade de muitas reformas na educação. Sobre o Mandarim não me choca, desde que não seja obrigatório. Penso que hoje em dia é mais útil o Espanhol e o Alemão do que o francês. Em relação à segunda pergunta não poderia estar mais de acordo. Mas essa reforma tem que ser feita desde logo nos manuais escolares no básico, que actualmente desprezam algumas profissões em relação a outras, levando os mais jovens, desde cedo, a ter "alguma vergonha" de seguir determinadas opções.
Hugo Ricardo Silva
Duarte, falamos em poupança, é importante sem dúvida. Que incentivos têm os jovens para começarem desde cedo a poupar ?
Caro Hugo, o aumento da poupança é fundamental tal como hoje referiu o Prof António Borges. Já há uns meses a JSD falou nisso e apelou à maior poupança. Não há melhor incentivo, nem juros sequer, à segurança que uma poupança transmite, as oportunidades que pode permitir criar. Qualquer um de nós dever tentar ao máximo ter uma poupança acumulada, o que nos garante liberdade e uma protecção importante em caso de necessidade.
Henrique Barros
Nos dias de hoje, Portugal vive sob um plano de austeridade, consensual à grande maioria dos partidos representados no parlamento. Considera, portanto, que este alinhamento político entre PSD, PS e CDS à volta do memorando de entendimento está a causar uma diminuição da qualidade do debate político?
Caro Henrique,
Esse entendimento é fundamental para o sucesso do país, pelo que se a única consequência negativa for a diminuição do debate político, então essa é uma externalidade negativa com a qual podemos bem conviver. Agora repara que o PS tem procurado desvincular-se desse acordo que eles próprios negociaram, o que veio avivar o debate político, sintoma que não quer dizer que tenha melhorado a qualidade do debate. Este baixou de qualidade pela falta de´competência e nível dos actores políticos, essa sim é a principal razão. Haverá também aqui alguma responsabilidade por parte do tipo de imprensa que temos, que centra as suas opções no mais mediático e não no mais importante. Os políticos muitas vezes são obrigados a ir atrás dessa agenda prejudicando a qualidade e profundidade do debate.
Diogo Godinho
Numa era de globalização onde a concorrência é fundamental para as empresas, na medida em que têm motivação (e necessidade) de cada vez inovar mais e serem mais eficazes sob cada público alvo, como vê a permissão já há várias gerações de monopólios dentro da nossa sociedade? É certo que a liberalização de vários mercados está a ser iniciada mas teremos nós uma autoridade da concorrência credível e profissional ao ponto de transmitir segurança e supervisão em n mercados, o que não tem trespassado ao público em geral?
Caro Diogo,
O tema das autoridades reguladoras está a ter um evolução crescente e não atingiu ainda em Portugal o seu momento de maturidade plena. Para cumprirem bem a sua missão precisam de meios, legitimidade e o respeito do sector. Os diversos órgãos reguladores em Portugal têm "vidas" diferentes graças à sua "longevidade" ou tempo de existência mas também graças aos seus líderes. O Estado confia a estes órgãos a responsabilidade de regular determinado sector, e é cada vez mais fundamental ter entidades reguladoras fortes porque depositamos a nossa confiança nelas. No entanto, como nos abstemos de fiscalizar porque lhes confiamos isso mesmo, quando estas entidades falham tudo entra numa vertigem perigosa. É inaceitável que o Banco de Portugal, o tempo de Vitor Constãncio não exercido a sua actividade reguladora de forma mais eficaz, permitindo casos como o BPN, o BPP e sobretudo a desgraça que foi a governação financeira de Sócrates.
Bruno Reynaud de Sousa
Em que medida seria favorável à criação de uma "Política Europeia da Família", em especial dada a actual conjuntura que a UE vive?
Caro Bruno,
Confesso que nunca tinha pensado nisso. No entanto deixa-me dizer-te que, se bem que indirectamente, a UE de forma transversal já preconiza diversas medidas que incentivam as políticas de promoção da família e da conciliação da vida profissional com a vida familiar. Devemos ter em conta também que o conceito de família varia muito de país para país e respeitar sempre o princípio da subsidiariedade, ou seja, naquilo em que os Estados Membros podem decidir melhor internamente a UE "não se mete". Diversos países europeus têm políticas de família bem evoluídas e seguramente servirá de exemplo aos restantes EM.
Ângelo Santos
Caro Presidente,



Gostaria de saber a tua opinião sobre a medida do Governo em cobrir 50% do Ensino Português com o Ensino Profissional, a longo prazo numa escala de 15 a 30 anos achas que este pode ser coberto com 90 ou 100 por cento. A nível da competitividade europeia e internacional onde é que Portugal se pode destacar com esta medida.



Um Abraço,



Ângelo Santos

Caro Ângelo, à partida parece-me perfeito mas ainda há pouca informação sobre isso. O que é necessário, é garantir que a formação profissional tem qualidade e não é vista apenas como um negócio para algumas empresas e uma saída mais fácil para maus alunos. O ensino profissional não pode ser apenas um refúgio para alunos menos esforçados, mas como uma alternativa extremamente válida e com qualidade para formar futuros profissionais. Com esta medida podemos melhorar as capacidades dos país para produzir mais e melhor, reduzindo o desemprego e aumentando as competências dos portugueses.
André Filipe Morais
Qual é o papel político, hoje, de um estudante social-democrata no Ensino Superior? Uma "ponte" entre o partido e os seus colegas? Um "divulgador" dos ideais e compromissos social-democratas?
Caro André, hoje o principal papel de um estudante social-democrata no ES será o mesmo que se espera de qualquer outro estudante: um bom aluno, empenhado e à procura do conhecimento.
Isso é o mais importante, sem reservas. Por outro lado espero que um militante social-democrata se empenhe na vida associativa e académica, lutando sempre por melhor qualidade de ensino. Procurar sempre meios para que todos os jovens possam ter acesso a uma educação de qualidade, seja qual for o rendimento do seu agregado familiar. Deve também aproveitar a sua situação para, por um lado, alertar a JSD sobre problema dos seus colegas de escola, e por outro, ajudar a esclarecer as bandeiras ou medidas que defendemos. Se for dirigente associativo, deverá colocar sempre os interesses dos colegas e estudantes à frente do interesse partidário. Há muitos dirigentes associativos que são da JSD e que o fazem.
Sílvia Santos
Ainda há pouco tempo a TVI24 avançou com uma notícia relacionada com o facto de pela primeira vez em Portugal os líderes políticos, nomeadamente governo e oposição, fizeram trajectos políticos nas suas juventudes partidárias. Numa altura em que ainda muitos jovens não acreditam na política e muito menos nos seus actores, como vês o teu papel como Presidente da JSD na mudança desta mentalidade jovem?
Cara Sílvia, é também contra essa descrença que tento lutar todos os dias. E só posso ter sucesso nessa luta se a cada dia tentar contrariar essa sensação e demonstrar precisamente que esse percurso também pode ser respeitável e dar-nos até competências que de outra forma não teriam sido por nós adquiridas. Esse sucesso está directamente ligado à capacidade e competência com desempenhamos os nossos cargos, nas juventudes partidárias, no partido, na vida profissional e até em casa ou junto dos nossos vizinhos. No que a mim me cabe tento ao máximo demonstrar o lado bom da política, o lado positivo e altruísta que ajuda a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Não é fácil, mas também não me resigno!
Ricardina Bessa
Vivemos num período de afastamento dos jovens na vida politica. O que farias para convence-los que a politica ainda é uma causa pública?
Cara Ricardina,
Não digo o que faria, mas sim o que faço todos os dias. Programas como a Formação Sub18 que pretende demonstrar a necessidade e a "pureza" do serviço à causa pública. Mas também a nossa postura no dia-a-dia em defesa dos jovens, procurando ser um exemplo que motive os jovens para a participação política, que vale a pena lutar por ideias e soluções para a vida das pessoas.
Ana Lúcia Francisco
Como podemos motivar os jovens a participar mais na vida política quando ela está tão descredibilizada.
Cara Ana Lúcia,
Primeiro é necessário sermos exemplares e através da nossa actividade demonstrar que a política e a nossa acção pode ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas da nossa comunidade. O principal caminho é demonstrar aos mais jovens a margem que podem ter para serem eles a escolher o seu futuro, que pela sua ausência pode ser definido por outros. Nós temos tudo a perder se não participarmos e fizermos parte da decisão. Foi muito pela nossa ausência que chegámos até esta situação.
Bruno Ricardo Mendes
Desde 2005 que se tem vindo a constatar um decréscimo equitativo no investimento monetário partidário nas campanhas eleitorais. Tal deve-se predominantemente ao contexto económico, ao facto das campanhas terem crescido em demasia em termos de custos e complexidade ou porventura a ambos?
Bruno, acho que foram ambas. Sinceramente, penso que os partidos tiveram a sensibilidade política óbvia de ajustar as suas despesas ao contexto de crise em que vivemos. Mas passou a ser politicamente correcto gastar pouco em campanhas, repara que o PSD nem outdoors usou nas últimas eleições legislativas
Vitor Manuel Fonseca
Caro Duarte Marques,



Como analisas até este momento os resultados obtidos pelo "Impulso Jovem"?
Até ao momento os resultados são os normais para um Programa que ainda só há duas semanas começou a funcionar de facto. Ainda nem houve promoção ou publicidade, e alguns dos programas ainda nem estão a funcionar em pleno. A primeira avaliação a sério deverá ser feita no final deste ano, em Dezembro, e aí sim poderemos retirar as primeiras ilações.