Considera que os actuais projectos que visam a redução do desemprego jovem estão a obter sucesso? Quais as melhorias que devem ser efectuadas?
Penso que é fundamental chamar à responsabilidade empresas nacionais, com impacto significativo na economia, envolvendo-as no debate em torno do crescimento e emprego jovem. Defendo assim, que as 20 maiores empresas nacionais, podem e devem dar um exemplo ao País, comprometendo lucros e proveitos aos seus accionistas, se necessário for, mas criando mais postos de trabalho, com os devidos direitos laborais e sociais que não os associados a precariedade. A EDP, a PT, a Galp, entre outras, não podem num momento de crise como este que estamos a sofrer, continuar a ter lucros significativos, operando em sectores de actividade quase em regime de monopólio, continuando a contratar jovens trabalhadores com contratos de trabalho temporário e baixos salários. A responsabilidade social das empresas e aqui que deve ser medido.
Muitos jovens pensam na hipótese de emigrar saindo pois do país. Muitas vezes formamos fortes capitais humanos e estes aplicam esse conhecimento lá fora. O que é que o país ainda tem a oferecer à juventude?
1. Necessidade de acautelar o futuro das novas gerações, prevenindo-as de decisões presentes que comprometem com o dolo o seu futuro, com a instituição de um "provedor das novas gerações. 2.Necessidade de identificar áreas de investimento nacionais, redefinindo o conceito estratégico de indústria a nível nacional, orientado para a criação de emprego 3. Introdução de mecanismos eleitorais, aumentando a participação juvenil e reforçando a relação entre decisores públicos e cidadãos, nomeadamente com recurso a círculos eleitorais nacionais, em que os cidadãos tem oportunidade de escolher os seus candidatos. 4. Reforço da relação da escola e do ensino com a sociedade civil, trazendo a sociedade para dentro da escola (a escola não tem que ser responsável por das todos os conteúdos, pode promover programas de excelência com parceiros locais, regionais e nacionais) 5. Reavaliação dos mecanismos de partilha social de risco, comprometendo o sector privado, que tantas vezes recebe apoio dos contribuintes, no reforço de apoio aos jovens (como e exemplo o reaproveitamento do património imobilizado bancário para efeitos de arrendamento jovem)
Numa altura em que o país passa pelas dificuldades socio-económicas mais devastadoras do novo milénio, como vê a reacção da juventude portuguesa face a esta conjunctura? Acredita que se o país estiver em cinzas, será esta a "geração fénix" que renascerá delas?
Mergulhados nesta crise financeira e em parte também numa crise de valores, acredita que esta geração jovem será a alavanca do país no caminho da prosperidade e crescimento?
Num Portugal onde o desinteresse jovem pela política é cada vez maior, onde muitas vezes as iniciativas das juventudes partidárias já não são suficientes para apelar à participação cívica, que conselhos práticos daria para aumentar a participação na vida política local?
Tendo em conta a diversidade de organismos de representação dos jovens e a reduzida participação nos mesmos, não acha que há um grande caminho a percorrer na publicação e na exposição destas instituições?
Num momento em que os jovens se sentem desmotivados e a abandonar o país atrás de um futuro melhor qual deve ser a atitude/posição dos organismos/entidades de apoio aos jovens?
Na actual conjuntura económica, o Governo lançou o programa "Impulso Jovem" com vista à criação de emprego. Qual o seu balanço pessoal acerca deste programa? Deu resultado?
Com a crise que vivemos assistimos ao fim do conceito de emprego para a vida. Acha que os jovens estão conscientes disso, mesmo depois de terem investido muios anos na sua formação?
Pela sua experiência e conhecimento dos jovens portugueses, por onde acha que devemos começar para estimular a sua vontade por ingressar em cursos profissionais e deixar de lado a ideia que sejam menos dignos que os cursos universitários?