Sendo a educação um dos factores fundamentais para o desenvolvimento económico, social e humano, como é agir em locais onde as populações enfrentam tantas dificuldades?
Em primeiro lugar é necessário desconstruir a ideia que temos pré definida do que é positivo e negativo na e para a vida das pessoas de um modo geral. É ainda fundamental estar-se àquilo que são as necessidades mais prementes dos beneficiários do nosso apoio, e identificar os pontos de encontro entre o que sabemos que pode contribuir para o desenvolvimento/melhoria das condições de vida das populações e as necessidades que eles mais anseiam ver suprimidas. Esses pontos de encontro constituem as “janelas” onde as intervenções serão, por ventura, mais bem sucedidas.
Como tem influenciado a crise o padrão de dedicação e voluntariado na sua organização?
A crise tem mostrado que o voluntariado e a dedicação não são sempre convergentes. Registamos um número crescente de pessoas que querem participar em acções de voluntariado desde o início da crise. No entanto, esse aumento tornou mais difícil fazermos a triagem entre as pessoas que chegam ao voluntariado por paixão e as que o fazem por falta de alternativas, com expectativas muito desajustadas do que uma experiência tão rica a tantos níveis pode trazer e daquilo que não está ao seu alcance proporcionar.
Em Portugal, contrariamente a países de cultura Anglo-Saxónica, a mentalidade empreendedora, encontra-se pouco difundida. Em sua opinião, para este facto, contribuirá o facto do Estado não proteger socialmente quem corre o risco de empreender? Ou será unicamente uma questão de raiz cultural?
Nos dias de hoje, muito se fala de empreendedorismo. Apesar de haver muito boas ideias muitas destas não avançam devido à falta de capital financeiro para iniciar o projecto. Que conselhos pode dar a quem procura financiamento para desenvolver/implementar a sua ideia?
Até que ponto tem a HELPO uma cooperação com o nível nacional (Instituto Camões da Cooperação e da Língua) e, também, o nível europeu (p. Ex. DG DEVCO)?
Que mensagem deixava, no actual contexto de crise, primeiro, para os empreendedores que lutam diáriamente pelos seus negócios e, seguidamente, para os estudantes que sonham com a sua própria empresa?
Conhecendo outras realidades no mundo pela sua experiência de voluntariado, como vê a atitude dos jovens portugueses perante as dificuldades que o país atravessa? Acha que somos jovens "demasiado queixosos" e pouco corajosos em arriscar ?
- 