O Professor António Borges veio dar a aula de Economia – “Lições do Passado e Ambições para o Futuro” - que iniciou a manhã. Rejeitando um discurso catastrofista, afirmou que acompanhou de perto o pedido de resgate, uma vez que se encontrava à data em funções no FMI, e que por isso defende que Portugal é hoje um país com crédito, aos olhos da comunidade internacional. Para António Borges, podemos regressar à normalidade, depois de estar sob vigilância externa. Defendeu que não precisaremos nem de mais tempo nem de mais dinheiro, uma vez que tal situação adia o nosso regresso à normalidade. E, um exemplo paradigmático é a Grécia, que não tem nos próximos tempos condições para recuperar a sua credibilidade. Para António Borges até agora o país tem vivido sempre acima das suas possibilidades, sendo positivo o facto da situação actual nos levar a viver dentro das nossas possibilidades. Sustentou que quando é preciso fazer sacrifícios, impede-se indirectamente os governos de fazerem o que querem, como disso é exemplo dramático a Grécia. Mas, mesmo nessa situação, é fundamental a determinação e a verdade na comunicação dos governos. Para António Borges, os principais desafios que temos pela frente são: a recuperação da nossa credibilidade; redução do consumo público; redução dos custos do trabalho. “Estamos de facto a caminho de um modelo económico muito mais robusto”, defendeu. Por fim, afirmou que precisamos de um novo modelo: novas empresas e novos empreendedores, sempre sujeitos ao teste da competitividade.
Da parte da tarde, realizou-se a apresentação dos trabalhos de grupo sobre campanhas eleitorais, onde tivemos a presença de Pedro Pinto e José Aguiar. Em seguida realizou-se a tradicional visita a Castelo de Vide.
Ao jantar, como oradora no jantar-conferência tivemos a Dra. Leonor Beleza que é Presidente da Fundação Champalimaud que falou sobre o Mérito. Sobre o tema partilhou com a turma de 2012 que “quem escolhe por mérito está por um lado a servir os seus concidadãos”. Para Leonor Beleza, a Administração Pública deverá ser despolitizada, deve ser valorizada, deve ser feita por técnicos. Destacou também o sinal positivo passado pelo Governo em caminhar nesse sentido. Sobre a forma como nos devemos envolver nos projectos, sustentou a necessidade de construir uma nova narrativa de prioridades e de escolhas, de encontrar prioridades nacionais, por paixão em cada uma das coisas que façamos. Destacou um livro “Guerra Santa”, que conta a história de Vasco da Gama à Índia: um pequeno país que conseguiu chegar á Índia, com poucos recursos, com poucas pessoas, mas que investiu muito nessa viagem, com resultados frutuosos. A particularidade deste livro é também o facto de ser um inglês a enaltecer a nossa capacidade enquanto povo de nos transcendermos. Falou em seguida da sua experiência à frente da Fundação Champalimaud, o que suscitou muita curiosidade por parte da assistência. Desafiou os cem alunos a fazerem as suas vidas com serviço e com paixão. Rematou, dizendo, “reinventemo-nos numa posição em que tenhamos muito para dar e receber”.