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Aula do Prof. Adriano Moreira

O Professor Adriano Moreira abriu o segundo dia da Universidade de Verão 2012. Numa aula sobre relações internacionais com o tema “Há sinais de esperança num Mundo em crise?” começou por falar do conceito da Globalização e da importância da Organização das Nações Unidas. Referiu que as Nações Unidas foram ao longo do tempo perdendo parte da sua intervenção. A este propósito lembrou que os objectivos do milénio dizem respeito à globalidade da terra como casa comum dos homens, lamentando o facto de as Nações Unidas não terem capacidade para fazer cumprir estes objectivos.

Falou da crise e da globalidade que esta assumiu, pese embora a existência de um organismo “ as Nações Unidas estão a transformar-se num templo de oração a um Deus desconhecido. A oração parece não estar a ser escutada”.

Referiu que a maior parte dos estados do Mundo não tem capacidade para responder aos desafios da própria natureza, como disso são exemplos os desastres naturais: terramotos, tsunamis, mas também a Fome e a Miséria.

Continuou dizendo que estamos num turbilhão no mediterrâneo e não sabe se haverá recursos financeiros para enfrentar o imprevisto, se esse imprevisto aparecer. Mudou a circunstância e a ordem mundial. Lembrou que “se lermos o PNUD até ao século passado, a fronteira da pobreza era estabelecida, mas neste momento a fronteira da pobreza ultrapassou o norte do mediterrâneo.” Referiu que aparecem então órgãos que tentam estabelecer directivas em relação ao que é uma anarquia internacional, e esses órgãos não têm qualquer cobertura internacional uma vez que não há um tratado e por isso verificamos a desordem económica e financeira, estando os países debilitados.

Partilhou com os cem participantes desta edição da Universidade de Verão que a relação entre governos e sociedade civil está a ser deteriorada. O tempo político está a entrar em conflito com o tempo civil.

Neste quadro a posição de Portugal precisará de ser avaliada. Continuou dizendo que “esta exigência obriga-nos a meditar um pouco numa espécie de situação portuguesa. Portugal precisou sempre de um apoio externo. Desde os tempos medievais, depois de 1974 só houve o apoio da Europa e esta circunstância colocou na história do país debilidades graves entre o confronto do tempo político e o tempo social.”

Terminou com uma mensagem de esperança, lembrando Bartolomeu Dias que partiu três vezes para a Índia. Rematou dizendo que “nós precisamos de gente que não desista, mesmo que acabe tentando.”